Martinho Lutero não foi um reformador que nasceu pronto. Antes das teses, da ruptura com Roma ou das polêmicas, havia um homem inquieto. Um monge que carregava a Bíblia e o peso da própria culpa.
Essa inquietação lançou as bases para as fontes da teologia de Martinho Lutero, raízes que moldariam sua jornada de fé.
A Bíblia, a Graça e o grito da alma: O solo onde Lutero foi plantado
1. A Escritura Sagrada: A Palavra que libertou
“Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus… como está escrito: O justo viverá pela fé.” – Romanos 1:17
Foi esse versículo, na Epístola de Paulo aos Romanos, que rasgou o véu do medo e revelou a graça aos olhos de Lutero.
Ao estudar a Bíblia profundamente, especialmente Romanos, ele descobriu que a justiça de Deus não era apenas condenatória, mas salvadora — oferecida por meio da fé.
A Bíblia tornou-se para ele a única fonte de autoridade. Não era mais tradição, concílio ou dogma. Era Sola Scriptura — somente a Escritura.
2. Agostinho de Hipona: A Graça que quebra correntes

Agostinho ensinava que o homem está escravizado pelo pecado e que só a graça pode libertá-lo. Essa ideia encontrou solo fértil no coração de Lutero.
Ao contrário da visão mais otimista de Erasmo de Roterdã — um renomado humanista cristão que acreditava na capacidade moral do homem de cooperar com Deus — Lutero afirmava com Agostinho que o livre-arbítrio do homem está corrompido, e que só Deus pode nos atrair para si.
A doutrina da justificação pela fé não brotou do nada — ela nasceu das raízes agostinianas de pecado, graça e dependência absoluta de Deus.
3. O Humanismo Renascentista: A redescoberta do texto
Além das Escrituras e de Agostinho, uma terceira corrente influenciou o modo como Lutero se relacionava com os textos sagrados: o Humanismo Renascentista.
Embora Lutero rejeitasse muitos aspectos da filosofia de sua época (como a lógica de Aristóteles), ele foi profundamente impactado pelo movimento humanista.
Esse movimento defendia o lema “ad fontes” — voltar às fontes — e impulsionou Lutero a estudar a Bíblia nos idiomas originais. Isso fortaleceu sua convicção de que qualquer cristão, com a Bíblia em mãos, poderia ouvir a voz de Deus.
Assim, o humanismo não moldou sua doutrina, mas moldou seus métodos.
O que as fontes da Teologia de Martinho Lutero dizem a nós?

Lutero encontrou em Romanos a paz que não encontrou em anos de obras e rituais.
Agostinho o ajudou a compreender que a graça é um milagre, não uma conquista.
E o estudo diligente das Escrituras o fez ouvir o que o sistema ao seu redor tentava calar: Deus fala com o coração quebrantado.
Talvez hoje, em um mundo barulhento, o seu grito interior também esteja ecoando silenciosamente.
A boa notícia é que a resposta ainda é a mesma:
📖 A Palavra está aberta. A graça continua viva. E o justo ainda vive pela fé.
“Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé.” (Romanos 1:17)
Ao observar as fontes da teologia de Martinho Lutero, entendemos que a Escritura, a graça e o retorno às origens ainda são caminho seguro para todo cristão.
Leia também nosso artigo sobre o Sermão do Monte.
Encontre mais inspiração em “Vida Cristã: Uma resposta voluntária à majestade de Deus”.